Especialistas do Rincón de la Psicología explicam que crianças mimadas costumam apresentar comportamento egocêntrico e imaturo, com pouca consideração pelos outros. Elas demonstram uma postura autoritária e exigente, que dificulta a construção de relacionamentos assertivos.
E, como era de se esperar, elas não nascem mimadas. Os pais ou responsáveis têm grande influência nesse processo. A falta de limites adequados para a faixa etária resulta no desenvolvimento de traços que afetam a vida adulta.
São intransigentes
Crianças mimadas acreditam que têm direitos ilimitados e poucas responsabilidades, além da busca por sua própria felicidade. Isso se reflete na vida adulta, com pessoas que se tornam inflexíveis, não dispostas a negociar ou a mudar de opinião para resolver um problema. Elas esperam que tudo aconteça do jeito delas, no momento e nas condições que desejam, como explicou a psicóloga Reena B. Patel.
Têm habilidades de comunicação limitadas
Quando uma criança cresce acreditando que tudo ao seu redor é feito de acordo com seus desejos e necessidades, ela perde a oportunidade de desenvolver boas habilidades de comunicação. Isso inclui não apenas a capacidade de se expressar, mas também a de ouvir os outros. Pais precisam ensinar a importância de ouvir ativamente e comunicar-se de maneira assertiva, caso contrário, esses indivíduos podem se tornar adultos rudes e insensíveis, que não levam em conta o impacto de suas palavras, como aponta a psicóloga Denitrea Vaughan.
São egoístas
O egoísmo é um comportamento comum no desenvolvimento infantil, mas se ele persistir após os 6 anos, pode resultar em problemas na vida adulta. Crianças que não aprendem a compartilhar ou que exigem que os outros compartilhem com elas acabam se tornando adultos centrados em si mesmos. Patel explica que essas pessoas, na idade adulta, priorizam o que é melhor para elas, sem considerar as preferências ou sentimentos dos outros.
Faltam empatia
A falta de empatia é frequentemente uma consequência do egoísmo e da ausência de uma comunicação assertiva durante a infância. Quando uma criança não aprende a lidar com conflitos e não é desafiada a entender diferentes pontos de vista, ela cresce com dificuldade de se colocar no lugar dos outros. Vaughan esclarece que, sem habilidades de comunicação eficazes, essas pessoas não desenvolvem a capacidade de compreender as perspectivas alheias.
São impulsivas
Quando as crianças não aprendem a gerenciar suas emoções e a lidar com frustrações, elas podem se tornar adultas impulsivas. Ao ceder a todos os desejos da criança imediatamente, os pais estão prejudicando o desenvolvimento da inteligência emocional. Isso resulta em adultos que têm dificuldades em adiar a satisfação de suas necessidades e que tomam decisões impulsivas, sem considerar consequências a longo prazo.
Não têm autodisciplina
A autodisciplina é diretamente influenciada pelos limites estabelecidos pelos pais. Em uma educação permissiva, a ausência de regras claras prejudica o desenvolvimento dessa habilidade. Vaughan ressalta que, sem a aplicação consistente de limites, crianças mimadas não aprendem a ser disciplinadas, o que reflete na vida adulta, quando têm dificuldades para seguir hábitos saudáveis ou cumprir responsabilidades no trabalho.
Não sabem lidar com conflitos e discussões
Crianças mimadas, que sempre obtêm o que querem ou que são tratadas como sempre certas, muitas vezes crescem com a ideia de que devem sempre ganhar ou ter razão. Isso dificulta a capacidade de gerenciar conflitos e desacordos na vida adulta. Vaughan observa que, ao receberem sempre respostas afirmativas, mesmo que inicialmente o "não" fosse a resposta, elas se tornam inflexíveis e têm dificuldades em manter discussões produtivas ou resolver conflitos de forma saudável.
Esses comportamentos são sinais de que a falta de limites na infância pode prejudicar o desenvolvimento emocional e social de uma pessoa, resultando em dificuldades no convívio e no relacionamento com os outros na vida adulta.